domingo, 19 de dezembro de 2010

"Chegada à praia"

O semestre vai chegando ao final, a apresentação do TCC já aconteceu e agora aqui espero também ter concluído meu trabalho. Apesar das dificuldades como falta de tempo, atrasos nas postagens, correrias, atrapalhações, pedidos e mais pedidos de ajuda de colegas, tutores, professores e todos que estivessem próximo, vai dar uma saudade danada de toda essa "família" que foi o PEAD.
Adquirimos muito nestes quatro anos, para umas quatro e meio, foram muitas amizades, muitas aprendizagens, muitos conhecimentos, muitas emoções, muitas alegrias.
Agora é selar tudo isso com a festa de formatura. Parabéns a todo o grupo da UFRGS pelo belo trabalho realizado!

Quando o professor “ensina”, sempre ocorre aprendizagem?

Ao final de cada trabalho, é hora de avaliar o que o aluno "aprendeu".
Nem sempre ocorre aprendizagem quando um professor ensina. Dependendo do método empregado para que a aprendizagem possivelmente ocorra, o aluno não realizará tal processo. O estudante consegue aprender o que lhe foi transmitido quando assimila a mensagem transmitida sem decorar os conteúdos, empregando na vida cotidiana e prática seus novos conhecimentos. Sabemos que o processo de aprendizagem depende de alguns fatores básicos, como as condições cognitivas do aluno, a forma em que o professor transmite as informações e o interresse que o aluno disponibiliza para aprender.
O processo de aprendizagem envolve outros fatores além dos conhecimentos que são difundidos na escola. A aprendizagem ocorre na vida familiar, quando os filhos ouvem, por exemplo, histórias infantis de seus pais. Ocorre também entre os amigos, que em uma conversa informal podem difundir e ensinar alguma nova informação. Além disso, a aprendizagem pode aliar os conhecimentos prévios do aluno com as aulas da escola, fazendo com que teoria e prática unam-se em uma parceria fundamental para a aquisição do conhecimento.
Diante desses aspectos, verificamos que a aprendizagem não ocorre somente na escola, já que esta deve intentar realizar um trabalho eficiente, aliando os conhecimentos que o aluno aprende em diferentes situações com os conteúdos programáticos estipulados pela instituição escolar.

Aprendizagens

Visitando ao Rooda, passou-se um filme em minha memória. Quantas aprendizagens!
Na interdisciplina ESCOLA, PROJETO PEDAGÓGICO E CURRÍCULO realizei a postagem abaixo, que vem de encontro ao pensamento de muitos autores sobre a questão do valor da educação hoje.


A escola e a transformação

O tema educação está em constante discussão na sociedade brasileira. Estudiosos apontam que a solução de quase todos os problemas que afligem a sociedade atual perpassam pela educação, ou seja, só através de um sistema educacional organizado e eficiente conseguir- se- ia trabalhar temas relevantes, e desenvolver novos valores e com isso amenizar ou prevenir situações como a violência, a miséria, a poluição, etc..
É preciso entender que a existência de profissionais qualificados e motivados para uma tarefa tão árdua quanto a educação, depende do nível de valorização com que a sociedade os distingue.
O papel do professor, nos últimos tempos vem sendo desmerecido gradativamente. Isso faz com que muitos deixem a desejar em sua função.
Falar em educação é pensar em mudança .Mudança de atitude, de hábitos e de costumes. No entanto, como esta mudança é complexa e contínua, ainda observamos alguns professores estagnados, acomodados e sem perspectivas de poder avançar na transformação e atualização do seu fazer docente.
Ensinar para a resolução de problemas sociais e que podem ser resolvidos através da reflexão com diferentes olhares é o grande desafio da educação, cabe ao educador utilizar diferentes recursos.
Acredito no desafio de trabalhar com projeto de pesquisa, construindo uma atitude investigativa.
Os alunos que participam de projetos de pesquisa desenvolvem habilidades como o pensamento crítico, liderança e reflexão teórica sobre os mais diferentes acontecimentos do cotidiano.
Esse é um trabalho que exige bastante do professor. Hoje em dia sabe- se que para a educação cumprir seu papel, o educador deve assumir uma postura de mediador entre o conhecimento, o aluno e a família, despertando uma maior abertura para o aprender.
Na minha prática docente procuro, ao máximo, conhecer a realidade da turma, através de investigações, questionários e pesquisa com os familiares dos alunos. Normalmente isso faz com que eu consiga visualizar o grupo para através desse reconhecimento , repensar a minha prática.
Nas escolas onde trabalho, sinto a dificuldade que é para alguns professores, trabalhar para a transformação.
Infelizmente a maioria, ainda se detém às listas de conteúdos, o que faz com que as aulas sejam sempre iguais, meras transferências de informações e conhecimentos.
Devemos pensar no que é significativo para trabalhar em aula.
Tento, na maioria das vezes, dar sentido às atividades que proponho , buscando ao máximo aproximá- las da vivência dos alunos.
O educador que tem como compromisso ser agente de transformação social não pode deixar de procurar o melhor caminho para vencer o desafio de mudar seu próprio modo de pensar e de proceder, tampouco pode esquecer sua missão de facilitador do crescimento de seus alunos, contribuindo, desse modo, para que as gerações futuras possam usufruir de uma existência mais digna.(Martins,2001, p.10 ).
Nós educadores, temos que abrir mão dos conteúdos, para tratar das pessoas, buscando dar sentido ao que estamos estudando. O professor deve intermediar o processo e ser um provocador, interagindo com o aluno de forma prazerosa.
Cabe a nós, professores, oferecer possibilidades de mudanças, fazendo do espaço escolar, um ambiente capaz de transformar as relações sociais, construindo um futuro melhor para todos.


Referências bibliográficas:

GIROUX, Henry A. Professores como Intelectuais Transformadores. In: GIROUX, Henry A. Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997, 157-164.
SARTORI, Jerônimo e KRAHE, Elizabeth Diefenthaeler. Resenha baseada no livro: FREIRE, Paulo. Conscientização : teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3. ed. São Paulo: Moraes, 1980. 102p.
MARTINS, Jorge Santos. O trabalho com projetos de pesquisa. Campinas, SP: Papirus, 2001

sábado, 18 de dezembro de 2010

PEDAGOGIA DE PROJETOS

Sobre a Pedagogia de projetos, na interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação, minha reflexão do eixo VII:
Aspectos Positivos e Desafiadores na Pedagogia de Projetos
Considero muitos aspectos positivos nesse tipo de trabalho. Um deles é a busca pela superação da fragmentação do conhecimento. Essa metodologia caminha na perspectiva do conhecimento globalizado e relacional, favorecendo a criação de estratégias de organização dos conhecimentos quanto ao tratamento da informação e a relação entre os diferentes conteúdos.
Essa maneira de lidar com o conhecimento é um processo de construção, e como tal, dá-se na dialeticidade por problematizar situações concretas que constituem objetos de estudo e construção do conhecimento.
A Pedagogia de Projetos possibilita a integração dentro e fora da escola, na busca de informações, levando em conta que o aprender é um ato cooperativo e comunicativo. Nessa perspectiva o educador é um facilitador/aprendiz.

Diferenças e semelhanças da aplicação da Pedagogia de Projetos na Educação Infantil e nos Anos Iniciais
Existem diferenças apenas no sentido dos encaminhamentos, na organização da aplicação.
Se essa metodologia leva em consideração o conhecimento prévio dos alunos, certamente a questão da faixa etária/etapa que se encontra uma turma exigirá encaminhamentos diferentes aos de outra.
Fora isso, nada impede que o professor trabalhe nessa linha com qualquer que seja a etapa ou série, desde que assuma que o aluno aprende quando torna significativa a informação e os conhecimentos.

Inclusão ou exclusão?

Hoje é muito comum se falar em inclusão dentro das escolas regulares, no entanto sabemos que essa inclusão muitas vezes se apresenta como uma forma de exclusão.
Há professores que questionam sobre como trabalhar com alunos com necessidades educacionais especiais. O que ocorre na maioria das vezes é que a chamada inclusão fica restrita apenas à socialização.
A orientação é que se deve adaptar o currículo às necessidades dos alunos.
O professor deve estar capacitado para que possa traçar os objetivos educacionais que atendam a todos buscando o desenvolvimento integral de cada um.
As artes, por exemplo, são pouco trabalhadas nas escolas com alunos com necessidades especiais. Raramente se vê trabalhar teatro ou outras manifestações artísticas com alunos surdos ou cegos, perdendo-se assim de se obter um ganho no desnvolvimento destes.
O difícil disso tudo é aceitar as diferenças e mais ainda, é saber buscar alternativas de transpor as barreiras que existem para que ocorra realmente a inclusão.
É possível desenvolver excelentes trabalhos com alunos surdos, mudos e cegos usando como aliado o ensino de Artes,pois como escreveu o russo Leon Tolstói (1828-1910), a Arte é mesmo "um dos meios que unem os homens".

DEFICIÊNCIAS - Mário Quintana
"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono de seu próprio destino.
"Louco" é quem não procuar ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocresia.
"Paralítico" é aquele que não consegue andar na direção daqueles que precisam de ajuda.
"Diabético" é aquele que não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.

As diferentes infâncias

Na interdisciplina Escola, espaço e tempo na perspectiva histórica tivemos que refletir sobre “As crianças e a Infância: definindo conceitos, delimitando o campo” a partir das ideias de Manuel Pinto e Manuel Jacinto Sarmento.

A infância é uma das fases da vida em que mais encontramos contradições. Nessa fase, as crianças deveriam se preparar para a fase adulta, desfrutando desse período com brincadeiras e aprendizagens. No entanto, isso, em alguns casos, não ocorre. De acordo com Manuel Jacinto Sarmento e Manuel Pinto, as crianças e a infância receberam uma importância particular em 1989, com a criação dos Direitos da Criança. O que podemos perceber atualmente é que as crianças, a pesar da pouca idade, têm responsabilidades de adultos. Muitas têm a agenda lotada de atividades esportivas diversas, quase não tendo um tempo livre para ficar com os pais. Outras, de classe social menos favorecida, trabalham como os adultos e admitem tantas responsabilidades como os quais. Diante desse aspecto, um grande paradoxo se estabelece: ser criança hoje em dia significa mesmo não ter responsabilidades? Sabemos que não mais.
Outro fator importante apontado pelos autores que devemos considerar são as variações das condições sociais das crianças do mundo. Segundo os autores essas condições estão divididas entre a etnia, a cultura, o gênero e a classe social. Ou seja, a infância de uma criança com condições financeiras mais favoráveis disponibilizará a ela outros recursos, como boas escolas e bons passeios. Às vezes, esses recursos não são tão benéficos, pois muitos pais, por trabalharem muito, não dão à devida atenção a seus filhos. Já as crianças com condições financeiras menos privilegiadas, talvez não terão as mesmas regalias. Diante disso, podemos traçar outro paradoxo da infância, que terá como principal contraponto as diferenças sociais.
A realidade é que numa única sala de aula temos que estar atentos e bem preparados para trabalhar com as diferentes realidades sociais de nossos alunos.

domingo, 21 de novembro de 2010

Didática Magna

"O pai da Didática", Jan Amos Comênio (1592-1670) foi um grande defensor do ensino igual para todos. Sua mais importante obra pedagógica intitulada Carta Magna(1657) traz suas idéias sobre o ensino.Ele chama a atenção para que sejam respeitadas as necessidades dos alunos e que seja considerada sua capacidade de compreensão.
Comênio enfatiza a importância de se motivar as aulas, usando o lúdico e as Artes como aliadas.
Defende que a aprendizagem deve começar a partir dos sentidos, da percepção, da experiência do aluno, e não a partir de teorias abstratas e que os alunos aprendam a partir das próprias observações e não somente repetindo o que outras pessoas disseram.
Ele ainda atribui importância ao bom relacionamento entre professor e aluno como fundamento para a aprendizagem do aluno.
É de impressionar,lendo trechos de uma obra tão antiga, vemos que há tanto tempo se "bate na mesma tecla" sobre como deve ser o ensino nas escolas e no entanto, sabe-se que ainda elas deixam tanto a desejar.

REFERÊNCIAS:
DOLL, Johannes; ROSA, Russel Teresinha Dutra da. A metodologia tem história. In:
_______ (orgs.). Metodologia de Ensino em Foco: práticas e reflexões. Porto Alegre:
UFRGS, 2004, p.26-29